segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

CHORUMELAS!

Começo pelo fim, pois chego a essas reflexões após um começo e, por seqüência lógica, um meio. Não são, necessariamente, reflexões baseadas em coisas recentes, vêm de um tempo que tenho observado como é doloroso, embora delicioso, um processo em coletivo.
Sou artista! E as pessoas com quem trabalho também são, independente de tempo de experiência ou idade, estão lá para um processo em que colaboram para o crescimento do outro e de si. Mas me pergunto aonde esse crescimento têm levado a uns e a outros, pois embora em coletivo, não temos o mesmo tempo de amadurecimento das coisas. Estranho muito a forma como alguns encaram esse fazer artístico, às vezes me pego exigindo que todos façam com tanta intensidade quanto espero, é fato que não há uma forma, mas há um respeito, um convidar-se a entrar nessa pesquisa de ser ator, de ser humano.
Sinceramente, ando sem paciência para aturar quem não sabe o que está fazendo aqui ainda. Ando sem paciência para o desleixo, para a piada, para a putaria, estou sem paciência para ser delicada. Estou aqui para me colocar a prova, de verdade, dar a minha cara a bater, a ser esmurrada, seja por um igual ou pelas minhas convicções erradas. Só não entro para ser meio a meio, para ser café com leite. Se for para ser café com leite eu vou brincar de duro ou mole, tem brincadeira mais meio a meio que essa?!
É difícil compreender 21 pessoas e mais difícil ainda é querer ser compreendida por todas elas, mas é necessário nos encararmos como artistas que falam dos seus trabalhos, sem se sentirem uns bostas se forem criticados, independente se a forma como falo é meiga ou mais enérgica, existem bocas “um pouco enfáticas” que falam de um jeito e ouvidos “um pouco delicados” que ouvem de outro. Não importa de onde eu vim para chegar aqui, se estava no trabalho, no trem, na praça, esse é um processo de chegada que eu tenho que encontrar, não o coletivo encontrar por mim, então, se falamos de um certo jeito quando nos colocamos em roda, não é o momento que estamos vivendo pessoalmente, mas sim coletivamente, tem hora que não dá para entregar uma flor inofensiva se você está querendo dar a mais espinhosa para a pessoa ver se machucando acorda e percebe que está viva. Não é maldade, é só um “VAI CARALHO!”.
Estou um pouco angustiada, porém não em crise ainda, quanto essa convivência. Tenho aprendido muito, nossa, tenho tomado cada tapa que só sentindo para saber, mas me angustia que esses tapas para algumas pessoas é só o que eu tenho a oferecer. Enfim, sem chorumelas.
Foi curto, rápido, grosso, porém sincero!

SABRINA MOTTA
ARTISTA - APRENDIZ

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