Vamos aqui tentar defender a idéia de o intérprete como estruturador de espaços poéticos. É nossa primeira fase de exercícios e experimentos com a F12, nas aulas que chamamos de aulas de Interpretação (?)
Para isso, precisamos entender o intérprete não mais como um ser dotado de um estrutura interior baseada na noção do eu, mas como um ponto de convergência e expansão de um sistema de realidades, realidades em movimento dialógico e não discursivo, quadro de informações vibrando em um espaço para além da subjetividade da psique.
O conceito de indivíduo atinge de forma mortal a noção (fundamentalmente humana!) de interdependência. O que chamamos de “eu” e o que chamamos de “outro” nada mais são que diferentes pontos de acesso a determinado sistema, à determinada rede de relações, onde a idéia (falsa) de individualidade termina por gerar a deformação do isolamento, abismo da loucura para onde a sociedade competitiva do vencedor escorrega a cada movimento.
Portanto, o exercício do teatro precisa despir-se do equívoco paradigmático do conflito entre indivíduos, ou entre o indivíduo e a natureza ou qualquer outra dicotomia não orgânica, qualquer bipolarização mutiladora da existência. O outro sou eu, o que faço ao outro faço a mim, o que faço ao planeta faço a mim mesmo. Não existe divisão. Esse engano que vivemos, baseado no culto ao personalismo, é a raiz de todas as guerras e desumanidades que vemos ao redor.
Se nos despirmos desse equívoco, se nos propormos a gerar outros sistemas perceptivos a partir da carcaça disso que estrebucha, interferindo no espaço físico dado e dele recolhendo os fragmentos dessa enfermidade que chamamos de realidade, poderemos pensar em novas relações teatrais. Não mais com abismos de incoerência entre aquilo que falamos no palco e aquilo que fazemos no dia a dia, mas dando solução de continuidade entre nossa arte e a maneira como nos movimentamos no mundo.
Para isso, precisamos entender o intérprete não mais como um ser dotado de um estrutura interior baseada na noção do eu, mas como um ponto de convergência e expansão de um sistema de realidades, realidades em movimento dialógico e não discursivo, quadro de informações vibrando em um espaço para além da subjetividade da psique.
O conceito de indivíduo atinge de forma mortal a noção (fundamentalmente humana!) de interdependência. O que chamamos de “eu” e o que chamamos de “outro” nada mais são que diferentes pontos de acesso a determinado sistema, à determinada rede de relações, onde a idéia (falsa) de individualidade termina por gerar a deformação do isolamento, abismo da loucura para onde a sociedade competitiva do vencedor escorrega a cada movimento.
Portanto, o exercício do teatro precisa despir-se do equívoco paradigmático do conflito entre indivíduos, ou entre o indivíduo e a natureza ou qualquer outra dicotomia não orgânica, qualquer bipolarização mutiladora da existência. O outro sou eu, o que faço ao outro faço a mim, o que faço ao planeta faço a mim mesmo. Não existe divisão. Esse engano que vivemos, baseado no culto ao personalismo, é a raiz de todas as guerras e desumanidades que vemos ao redor.
Se nos despirmos desse equívoco, se nos propormos a gerar outros sistemas perceptivos a partir da carcaça disso que estrebucha, interferindo no espaço físico dado e dele recolhendo os fragmentos dessa enfermidade que chamamos de realidade, poderemos pensar em novas relações teatrais. Não mais com abismos de incoerência entre aquilo que falamos no palco e aquilo que fazemos no dia a dia, mas dando solução de continuidade entre nossa arte e a maneira como nos movimentamos no mundo.
by Edgar
Um comentário:
Viva! Lá vai um dos passos da caminhada
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