terça-feira, 1 de abril de 2008

O dia começa com um ar de "não sei o que".
Às 16h vou trabalhar. Tenho dificuldades com um aluninho que não tem uma dicção muito boa... É, Cézar... usar as palavras e realmente muito difícil.
Chegamos,
Sa e eu, um pouco atrasadas. Mas foi só um pouco! Fomos para a caminhada. Enraizei os pés, massageei os ombros, cresci a coluna e deixei o meu centro de gravidade me levar. Briga de Galo e desenhar o "8" com o quadril. Acabei de pensar em uma tentativa de piada com "desenhar o 8, pintar o 7...", mas deixa pra lá.
Revemos uma das cenas da semana passada. Depois o exercício era fazer uma cena curta onde dois irmãos conversavam depois de terem passado pela situação da cena inicial.
Essa é a parte mais difícil e como as palavras já tiveram a sua vez...
(uma imagem que eu não sei descrever)

Sentada na roda, começo as minhas crises e , me dando o direito de me expor ao risco de ser desnecessária, falo sobre a estranheza desse meu momento. Devo confessar, ando muito sensível. Há um bom tempo tenho pensado sobre esse "não sei o que" que é a vida.
Voltando a primeira frase desse protocolo... "O dia começa com um ar de "vida".
Sobre esse meu momento sensível, eu tenho um poema:

Babadosamba - Paulinho da Viola

"Um mestre do verso, de olhar destemido
Disse uma vez, com certa ironia
Se lágrimas fossem de pedra, eu choraria
Mas eu, Boca, choro a lágrima comum que todos choram
Embora não tenha nessas horas saudades, remorsos ou mágoas menores
Meu choro, Boca, dolente por questão de estilo,é chula quase raiada
Solo espontâneo e rude de um samba nunca terminado
Um rio de murmúrios da memória de meus olhos
E que, quando aflora, serve antes de tudo para aliviar o peso das palavras
De que ninguém é de pedra!"

E sobre a vida, eu encerro o protocolo com Clarice Lispector:
"Ah, que delícia de existir!"







Yumita

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