Escola vazia!
Cadê to mundo?
Bem, o Sesc deve estar lotado! É hoje a escola é nossa galera!
Todos no palco, alguns na platéia , cadê o Edgar? Alguém fala: Edgar já vem, tá em reunião.
Então alguns vão para o palco e a corda começa a agir, é pulo de lá, pulo de cá, outros na platéia sentados, alguns tentando tocar pandeiro, eu tentando tocar pandeiro, de repente o Osmar começa a batucar, aí o batuque entra no Osmar o Osmar entra no batuque e não para mais.
Edgar chega, todos sentam na platéia!
É hoje parece que vai ter a pergunta e não é que ele pergunta mesmo: “E aí galera o que aconteceu com vocês esses últimos dias?“
Todos com cara de felizes, alguns não se agüentaram e comentaram essa felicidade, aí foram muitos relatos de peças,sensações, até o cover do Raul Seixas entrou na história , ah o namorado da Fernanda também, e mais pro final a Maiara compartilhou com todos que ficou mal depois do nosso último encontro, não sabia se foi o ego, se ela queria que comentassem a cena dela, uma coisa bem Maiara de ser.
Aí todos para o palco e vamos andar; Olha o eixo , Olha esse ombro Fernando, Sem tensão gente. Agora duplas, começa a condução das mãos, na verdade da palma das mãos,vai palma, pra lá e pra cá, troca de palma, todas as palmas, nunca olhei tanto pra palma da mão do Julio, agora as mesmas duplas conversei de perto, de longe, mas se escutem, de perto e de longe.
E lá vem a apresentação do Rei da Vela, que foi uma excursão pela escola, uma apresentação agradável, divertida, critica, cheio de opinião e até de quadrilha. Depois comentários sobre a cena.
Agora duplas e trios que escolheram a cena vamos começar as leituras, pessoas do Delicado escolham um novo texto do Nelson Rodrigues.
Aí começa; tem Piramo e Tisbe, Os Fuzis..., O Homem Imortal, Navalha na carne e também tem comentários do mestre por exemplo; “gente a palavra é música, meu vocês já viram a criança quando começa a querer a falar , o som que ela faz, é música cara” (Edgar imita o som da criança). Edgar volta ao normal e continua; ” trabalhem o texto para que esse texto realmente saiam de vocês , olhe as nuâncias , existem varias formas de se falar, um texto não é falado de uma única forma o tempo todo, tente perceber o registro que mais é usado por você e tente experimentar outro, é isso gente vamos trabalhar o texto”.
Agora o Julio vai dar um recado muito importante, o Julio senta no proscênio e diz : “Vamos lá galera, levantem as mãos , batam palmas , agora parem porque isso não tem nada haver com a história”, muitas gargalhadas e cara de não to acreditando, mas foi isso mesmo que aconteceu! O recado mesmo era que o pessoal da comissão de figurino está fazendo arrecadação de cabides, dois por cada, se puder doar mais, pode doar, ah só pra lembrar o cabide de ferro escorrega a roupa, então cabide de ferro não é legal
Depois muitos recados super rápidos, eu levantando a mão me oferecendo para fazer este protocolo e lá vem os parabéns pra você nessa data queria, Alexandre e Claudia para o palco e depois tchu-tchu-tchu neles.
E assim termina aula!!!
Agora um pouco de mim pra vocês, esse texto me toca bastante e acho que tem muito de mim!
UM MENINO CHEIO.
Autor: Fernando Gimenes
Eu escolhi estar aqui porque a casca já estava pequena e batiam de dentro pra fora.
Perguntaram quem era.
Era eu mesmo, eu já sabia , seu “falso mentiroso”
Decidi!
Fez-se um furo
Virou um buraco
Me engoliu, Me engoli de mim mesmo.
Sorri.
Me engoliram.
Engoliram-se de mim mesmo.
Chorei. Chorei sorrindo
Perguntaram quem era...
Era eu mesmo
Um falso mentiroso de pequenas mentiras extintas
De muita verdade própria
A luz tá lá em cima
Daqui o buraco é fundo
Mas nada maior que minha altura de pés e braços esticados
Nos engolimos
Nos saciamos de nós mesmos
Arrotamos
Sorrimos.Choramos sorrindo
E lá ficaram as cascas quebradas no ar
As cascas estavam pequenas
Perguntaram quem era.
Decidi!
Era eu mesmo
Uma casca de pele frágil, um menino cheio de mim mesmo.
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