sexta-feira, 22 de maio de 2009

Impressões Sobre o Processo - 2009.

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“Tenho companhias
aqui
Aqui encontro companhias
Desavenças aqui
Encontros aqui
Companhias aqui
Vivo aqui
Morro aqui
Choro, sorriso, conversa
Aqui
Aqui
Aqui
Renasço todo dia
Aqui.”
(Lilian)

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“Hoje, 15 de maio (2009), encerramos um pequeno processo que começamos em março!
Eu estava há uns 3 ou 4 anos afastada da formação, me dedicando aos núcleos “Narrativas de Passagem” e “Teatro de Rua”, então esses dois primeiros meses de trabalho na F12 foram de me adaptar de novo a uma turma de formação, com 25 aprendizes, e eles comigo. Fora o esquema colaborativo a que nos propomos, precisei começar a ver o que os outros mestres estavam trabalhando e nesse tempo comecei a ter uma idéia do que e aonde vou mexer para suprir possíveis necessidades cênicas dos meninos nas outras aulas.
Paralelamente, para conhecer o corpo dos aprendizes e como é essa turma, propus um trabalho de composição e partitura do movimento que partiu de uma imagem proposta por eles. A princípio cada um trazia sua seqüência de movimentos, em seguida fui juntando duplas, das duplas, quartetos, dos quartetos, grupos maiores até que chegamos a uma única cena, encerrando nosso ‘bimestre’ dessa forma.
A partir da semana que vem vamos cair no samba! Literalmente! Quem não entendeu, veja o link ‘Salve o Prazer’ e acompanhe o processo do Alexandre Matte!” (Verônica Nóbile)

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“Uma das coisas que tenho observado na F-12 é a união. Acho isso fundamental para um grupo. A união que me refiro é a força que eles têm juntos. Além dessa união, existe também uma solidariedade e cobrança muito positivos. No início, a F-12 se mostrou uma turma muito afobada. Aos poucos eles foram se controlando e se organizando. Estou muito empolgado com o processo dos aprendizes da F-12. Acredito nessa turma, são bem criativos, mas às vezes cabeções demais.
Por enquanto é isso. Pra terminar, uma frase:
- Menos é mais. -
MERDA, APRENDIZES!” (Diego – Estagiário/Pedagogia)


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“E eu porque não fazer em si dizer e não simplificar o átomo ainda treme pouco
Terá que trimilicar mais assumir lados extravagantes
Extravagância arrancar mesmo pontes frouxas
Aprofundar razão de estar explosão
Estar explosão
Também aceitar espinhos tantos verbos melhor verbalizar
Ou fenecer verbo
Fenecer verbo
Verbo
Ser severo mais muito mais ou plim
Plim?” (Edu)

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“Estamos mais velhos, mais maduros e às vezes mais intolerantes. Nos amamos, sim. Principalmente quando somos conduzidos com maestria. Amamos o trabalho, o canto, mas nem tanto as idéias, as discussões. Armaduras ainda leves, serenidade ainda breve, assim estamos. Superfície, ainda no possível. Crescemos, ainda não transcendemos.” (Alexandre)

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“Peço licença para questionar!
O que me questiono no processo como um todo, não é nem o processo em si, mas sim, a Formação no processo. Até quando estaremos em fase de adaptação? Até quando precisaremos de alguém chamando-nos a atenção para nossos desleixos, nossas preguiças, nossas ignorâncias, no sentido da grosseria?” (Sabrina)

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“Esse é o ano da limpeza. Limpeza geral! Limpa mão, pé, caras e bocas! Um novo momento importante para nós, individualmente, coletivamente e o mais valioso: Artisticamente. Pra mim, é o ano do vale tudo. Não há mais tempo para o acomodar-se. É hora de nos apoiarmos uns aos outros, descobrir e aproveitar a densidade que cada um tem a ofereçer.
Só sei que estou amando tudo. A cada dia é só complementar!”
(Vanderson)

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“Mar...
Calmaria...
Infinita???
Quero o mar...
revolto...
tempestuoso...
triste...
dançando...
mergulho...
Vejo sereias cantando...
Sedução...
A busca da verdade...
Tempestade muda...
Respeito...
Quando coloco o pé...
Na areia cheias de história...” (Naty)

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“Muita dificuldade na vida que reverbera no trabalho.
Dificuldade de separação da vida do trabalho.
Agora no final, amenizando, mas, muito dolorido retirar algumas amarras.
Resumindo, um dos semestres mais difíceis tanto para o trabalho quanto para a vida.”

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“Sinto que aos poucos, a intimidade da turma começa a aumentar; aos poucos.
A sensualidade vem surgindo, de fato.
O corpo abrindo um leque de possibilidades, e outro leque (o de ‘qualquer coisa, qualquer mão’) se fechando.
Intimidade vocal.
Falta-nos ainda o silêncio, quando necessário.
Meu corpo, sinto perder um pouco de tônus.
O casamento das aulas me interessa.” (Roya)

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“O corpo fala
A boca cala
O medo vem
O corpo cresce
A voz some
O medo vem
A voz ocupa o espaço do corpo
Os movimentos dizem o que não quero
Procuro, procuro, procuro...continuo
Minha voz aparece e meu corpo ainda está aqui!
Eu tenho medo mas
Meu corpo se movimenta
Eu fico e me vejo no outro
Ainda tenho medo. Me assusto
Viva!” (Tererê)

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“Difícil

lidar com o tempo que tenho; ler, ensaiar, conversar, dormir, treinar, preparar, chorar, cantar...
aula do Alex e Denise que tem mexido muito comigo, com meu jeitinho, minhas melindragens, minhas imagens, minhas palavras...uma dificuldade que estou transferindo para o lugar do desafio.

Gostoso

Ver as pessoas cantarem individualmente. Foi um processo que me emocionou muito.

Tudo o que vem além disso não consigo definir bem como é para mim. É uma mistura de tudo e sem dúvida um processo muito doloroso, que eu tenho certeza que, se eu sair viva, vai ser uma das coisas mais loucas valorosas que vou carregar na minha vida.

É isso?” (Yumi)

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“Primeiro assim
saber falar
e colocar-se
à prova no fogo
Queimar a criação
e renascer com
as palavras
Falar é necessário
tanto para mim
quanto para você
Então vamos nus
escutar.” (Júlio)

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“Este ano as coisas estão muito mais delicadas no que diz respeito às técnicas e descobertas
O trabalho está muito mais minucioso e por isso, talvez, evoluo mais lentamente, o que é natural, afinal é tudo muito novo, ao menos para mim. Vamos com calma.”

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“Perdido! É a primeira sensação que me vem à cabeça, não sei, talvez pelo fato de que no ano passado eu conseguia interligar as aulas. Hoje eu sinto uma tremenda dificuldade em faze-lo. Sinto como se cada aula fosse um bloco separado. Não que isso me impeça de aprender, mas sinto que podia ser mais, que eu podia dar muito mais de mim. Não sei...acho que estou em crise novamente. Talvez isso seja uma constante aqui nesse espaço.”

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“Nesse meio de dias denominados como números, denomino aqui e agora como sensações, dores, risos, turbulências e calmaria.
Cada aula traz suas particularidades que se transformam em algo mais em mim. Tenho me descoberto mais melodramática, mais realista, mais sensual, mais sambista e movida pela música, estou descobrindo coisas.
Só tenho uma certeza agora, que gosto de estar aqui, que estou vivendo o que é estar na ELT – Formação 12. Sei que me irrito e fico triste com as faltas, as faltas de pessoas, de silêncio, de presença do aqui e agora.
Bem, estou aqui disposta e gostando de estar aqui!” (Gislaine)

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“As coisas mudaram. A prática está na teoria e a teoria exige a prática. As crises pessoais e coletivas começam a aparecer. ‘O teatro é uma opção de vida, e não uma profissão’. De qualquer forma, o teatro vive em mim? É preciso a exaustão até no ato de pensar. Estamos sentados na cadeira elétrica. As minhas frases estão fora de ordem, ta?!” (Rafael)

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“???????????
Ainda não entendi a proposta, por vezes sinto muito jogado, sei lá. Sinto muita falta das provocações e inquietações provocadas pelo Edi e Ale. Sinto falta do ritmo frenético de criação.
Amo gostar das aulas de corpo, pois depois de um ano adiando, sentindo dor e etc, tem sido bem gostoso acordar sentindo o corpo presente e sem dor.
Alex e Denise...Bem, Denise ainda não deu para sentir, tenho muita admiração mas ainda não tenho o que dizer.
Alex...tem sido bem produtivo, consigo perceber coisas que antes não.
O Cris...bem, ainda estou na expectativa e confesso ainda não entender o que é a aula de música, mas tenho vontade de absorver o máximo sem me preocupar.
Bem, o Ale é sempre o Ale...um ser que se justapõe a mim e sempre me transforma.
Quanto a mim, me sinto muito relaxada. Me acostumei demais com os puxões do Edi e por conta disso relaxei este ano. Mas percebido isso, eu mesma estou pegando no meu pé.”
(Paty)
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“Realismo...realismo? Um universo de possibilidades se revelando na pesquisa individual de repertório interpretativo. Para depois...depois?
Ser épico, real, absurdo, expressionista, contanto que de verdade, na verdade: linguagem viva.” (MaFê)

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Difícil, para mim, a questão da exposição.
Difícil, para mim, não dormir e acordar teatro nesse segundo ano tão intenso...
Difícil, para mim, esse espaço tão reduzido de Escola que ocupamos esse ano. Ele nos diz algo sobre a intensificação, individualização, tamanho das coisas.
Diz?
Difícil, para mim, é muitas vezes o silêncio, e a falta dele.
Difícil, para mim, lidar com pessoas que não colocam o que pensam no processo de trabalho. E também as que só colocam o que pensam.
Difícil, para mim, é abandonar o meu ‘eu’ para dar espaço a outros ‘eus’ possíveis.
Engraçado...o Word corrige ‘eus’. A palavra do mundo parece não reconhecer esse tipo de pluralidade.
No mais...descoberta constante do corpo, do outro, de mim mesma, da música, do pandeiro do André (rs), do Osmar, da Paty, meu...
O fato é que ‘sempre falta uma palavra’
FALTA. (Jade)
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“Sinto que a turma se cobra pouco e não se abre (e também não está acostumada) a receber críticas. Tenho dificuldades em lidar com a ‘disponibilidade para a aula’, pois devido aos compromissos do dia-a-dia sinto que a turma não dá nem 50% para a Escola, chegando muitas pessoas cansadas e pouco dispostas a REALMENTE trabalhar.
Gostaria também de mais ‘pulso firme’ dos mestres, cobrando muito mais da turma.”
(Conrado)
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“Processo...Processo...Eu processo!
Estou a processar as informações, os ensinamentos, as pessoas, as
dúvidas...Estou a processar.
O processo para mim vem sendo muito
mais intenso do que o ano anterior. Isto por causa da minha dedicação e da
dedicação deste coletivo como um todo, que é a F-12.
Nesta INTENSIDADE, falando das individualidades, às vezes me cobro para fazer mais do que já estou fazendo. E penso que vou encher minha cumbuca até onde couber; com calma e tranqüilidade para captar os ensinamentos com INTEIREZA. Mas, aí vem, novamente, o pensamento de que tenho de fazer mais e mais e mais...E. novamente, me acalmo, criando
FOCOS.
Venho sentindo PRAZER no Samba, no Melodrama, no Realismo e até no Hino de Piracicaba (rs). E o TESÃO é o que me importa. Lógico que entro em conflitos: comigo, com os outros, com os mestres, com o aprendizado...Mas é isto que me põe em movimento – e é isto que estou a buscar: MOVIMENTO.” (Lilian)

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“Sinto-me totalmente perdido nas aulas de música, talvez por não entender absolutamente nada. Não sei muito o que dizer...sei que é uma parada de extrema importância, mas acho que não gosto dessa aula, que quando acaba eu me sinto neuroticamente vazio.
Sinto falta das aulas de voz e penso se não seria a hora da escola repensar em processos que estejam presentes as aulas de voz também.
Quanto à aula de música, estou começando aprender a tocar violão. Tenho uma necessidade de aprender para saber se gosto ou não. Mas eu vou tentar!”

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“Tenho dificuldade em estar tranqüila, respirar em cena, e a sensação é que isso deva estar acontecendo somente comigo.
Minhas crises provocadas me provocam reflexões...e em uma delas descobri algo que está sendo valioso no meu processo: excluí, apaguei do meu vocabulário o ‘não consigo’ e substituí por ‘não quero’, pois me dei conta de que TUDO o que quero, eu consigo!”
(Karina)

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“Como saber se o que faço é certo, porque não me agüento, sempre...sempre é como cair de uma montanha russa. Quando? Quando? Até quando? Eu vou lutar contra mim mesmo e finalmente assumir quem sou? Assumir que tenho defeitos, que tenho pré-conceitos. Até quando a síndrome de Super-Homem vai persistir? De ser polido, educado e correto...Ufa. às vezes é melhor não pensar! Grito aqui pois este é o meu exercício. Tento esquecer a razão. O pensar! O que vem? Silêncio...
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2 comentários:

Cristiano Gouveia disse...

Maior que o mundo, a alma humana é um Universo...

Lilian Ganzerla Cardoso disse...

Nossa! Gostei tanto de ver a impressão dos 'coleguinhas'. Por mais que sejam diferenciadas, ainda asssim, poetizadas.